“O verdadeiro educador, conservando em vista aquilo que seus discípulos podem tornar-se, reconhecerá o valor do material com que trabalha” (Educação, p. 232).
“Muitos jovens que aparentemente nada prometem, são ricamente dotados de talentos que não aplicam a uso algum. Suas faculdades permanecem ocultas por causa da falta de discernimento por parte de seus educadores” (Educação, p. 232).
Na tarefa de educar crianças é muito importante ficar atento aos talentos individuais. Atividades variadas nos dão mais oportunidades desses talentos aparecerem. Podem ser talentos, sociais, físicos, intelectuais ou emocionais, como por exemplo, o auto controle.
“Em muito menino ou menina de aparência tão pouco atraente como a pedra não lavrada, pode-se encontrar precioso material que resista à prova do calor, tempestade e pressão” (Educação, p. 232).
Encontrar esse material precioso e dar oportunidade para ser desenvolvido e usado é muito importante. Importante também é as crianças entenderem que seus talentos são diferentes e o tempo de cada um é diferente para não haver comparação, competição ou cobrança. Se for comparar, deveria ser o ponto forte de um com o ponto forte do outro. Um lê muito bem, mas o outro sabe treinar animais super bem, por exemplo. Isto não quer dizer que vamos negligenciar desenvolver os pontos fracos, mas vamos encontrar e trabalhar naquilo que gostam e lhes dará sucesso.
Fizeram teste de inteligência nas crianças de uma classe no começo do ano escolar e informaram a professora dos resultados. Disseram que embora ela soubesse quem eram os muito inteligentes e os menos inteligentes, não deveria nunca usar essa informação para tratá-los diferentemente e que estaria sendo todo o tempo observada neste sentido. Ela se comportou ‘bem’ e não fez diferenciação entre as crianças. No final do ano, como previsto, os mais inteligentes tinham as melhores notas e melhor desempenho, os menos inteligentes as menores notas, o pior desempenho.
O incrível desse experimento é que os resultados não eram verdadeiros. Eles atribuíram valores não correspondentes ao QI das crianças. Embora ela tivesse tratado os alunos sem parcialidade, as crianças reagiram e responderam conforme as expectativas da professora, expectativas nunca mencionadas. As crianças mesmas nunca receberam os resultados dos testes.
Passamos nossas expectativas para nossos filhos muito mais que só com palavras. Precisamos fazer como Cristo: “Cristo discernia possibilidades em todo ser humano” (Educação, p. 232).
Como podemos fazer isto?
1. Prover atividades e oportunidades diferentes para as crianças.
2. Ser observadores atentos para discernir as frutas na semente. Os talentos e interesses não desenvolvidos.
3. Dar condições para cada talento ou aptidão ser desenvolvida tanto quanto possível e usá-la para o serviço em prol de outros.
4. Evitar comparações entre as crianças e ajudá-las a ver e respeitar as diferenças individuais.
5. Levá-los a entender que talentos são presentes de Deus que nada fizemos para merecer mas que temos a responsabilidade de fazê-lo crescer e se multiplicar para com ele abençoar o mundo e honrar a Deus.
6. Ter confiança que Deus fará grandes coisas através de nossos filhos.
Que Deus nos ajude a perceber e ajudar as crianças sob nossos cuidados a desenvolver todos os seus talentos.
Abraço, Silvia Martins